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Mercado de milho encerra semana com baixa liquidez e preços estáveis no Brasil

Negociações seguem lentas diante do descompasso entre produtores e indústrias; cenário internacional e cambial reforça cautela.

31/10/2025 11h39
Por: F. Silva Fonte: Com informações do Portal do Agronegócio
Mercado de milho encerra semana com baixa liquidez e preços estáveis no Brasil

O mercado de milho no Brasil encerrou a semana com baixa liquidez e ritmo lento de negócios, reflexo do desencontro entre as ofertas dos produtores e as propostas das indústrias. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, os preços permanecem estagnados em diversas regiões, mesmo com a ampla disponibilidade de grãos no país.


Diferença entre pedidas e ofertas trava negociações

No Rio Grande do Sul, as indicações de compra variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, enquanto os produtores pedem de R$ 70,00 a R$ 72,00. O milho futuro no porto é cotado a R$ 69,00/saca para fevereiro de 2026.

Em Santa Catarina, o cenário também é de lentidão. Produtores mantêm pedidas próximas de R$ 80,00/saca, e as indústrias oferecem em torno de R$ 70,00/saca. No Planalto Norte, os poucos negócios ocorrem entre R$ 71,00 e R$ 75,00/saca.

No Paraná, o impasse entre pedidas de R$ 75,00 e ofertas de R$ 70,00 CIF mantém o mercado spot praticamente parado.

No Mato Grosso do Sul, as cotações sobem levemente, variando de R$ 49,00 a R$ 54,00/saca, mas o volume de negócios segue limitado pela abundância de oferta e pela postura cautelosa de compradores e vendedores.


Produtores seguram vendas à espera de preços melhores

A comercialização do milho segue travada em praticamente todas as regiões. De acordo com Allan Maia, analista da Safras & Mercado, os produtores estão segurando as ofertas na expectativa de valorização com o dólar mais alto e com base na paridade de exportação.

Esse comportamento tem dificultado a reposição de estoques pelas indústrias, especialmente no Sudeste e Sul.

  • São Paulo: milho entre R$ 63,00 e R$ 66,00/saca na Mogiana e R$ 67,50 a R$ 68,00/saca CIF em Campinas;

  • Paraná: em torno de R$ 60,00/61,00 em Cascavel;

  • Rio Grande do Sul: entre R$ 69,00 e R$ 72,00/saca em Erechim;

  • Minas Gerais: de R$ 59,00 a R$ 63,00/saca em Uberlândia;

  • Goiás: de R$ 55,00 a R$ 59,00/saca em Rio Verde;

  • Mato Grosso: entre R$ 57,00 e R$ 61,00/saca em Rondonópolis.

Nos portos, as cotações seguem estáveis, com R$ 68,50 a R$ 70,00/saca CIF em Santos e R$ 68,00 a R$ 70,00/saca em Paranaguá.


Cotações recuam na B3 e em Chicago

O ambiente externo também contribuiu para a pressão sobre os preços. As cotações do milho caíram nas bolsas B3 (Brasil) e CBOT (Chicago), em um movimento de realização de lucros e cautela após a reunião entre os presidentes dos EUA e da China.

Na B3, os contratos encerraram o dia em queda:

  • Novembro/25: R$ 67,71 (-R$ 0,70);

  • Janeiro/26: R$ 71,12 (-R$ 0,52);

  • Março/26: R$ 72,83 (-R$ 0,35).

Em Chicago, os contratos também recuaram:

  • Dezembro/25: -0,81%, a US$ 4,30/bushel;

  • Março/26: -0,67%, a US$ 4,43/bushel.

O mercado internacional segue pressionado pela oferta abundante e pela incerteza sobre o tamanho final da safra norte-americana, que se aproxima do fim da colheita.


Cenário cambial e indicadores financeiros

O dólar comercial encerrou o pregão em leve alta de 0,09%, cotado a R$ 5,3845, enquanto o Dollar Index avançou 0,11%, a 99,636 pontos.

Nas bolsas internacionais, os resultados foram mistos:

  • Ásia: Xangai (-0,81%) e Japão (+2,12%);

  • Europa: Paris (-0,16%), Frankfurt (-0,43%) e Londres (-0,18%).
    O petróleo WTI para dezembro foi negociado a US$ 60,45 por barril, com recuo de 0,19%.


Brasil mantém papel estratégico no comércio global de milho

Mesmo diante das recentes reaproximações diplomáticas entre Estados Unidos e China, analistas apontam que o Brasil deve manter posição estratégica como fornecedor de milho para o mercado asiático.

Durante o período de boicote chinês aos produtos agrícolas norte-americanos, o país se consolidou como um dos principais exportadores de grãos para a China — e essa posição tende a se manter mesmo com a retomada das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.


Fonte: Portal do Agronegócio | TF Agroeconômica | Safras & Mercado.

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