Os preços do açúcar registraram forte volatilidade nesta semana nas bolsas internacionais, influenciados pelos novos dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA). A entidade informou que, na primeira quinzena de outubro, a moagem de cana no Centro-Sul do país totalizou 34,04 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 33,94 milhões registradas no mesmo período da safra anterior.
Desde o início da safra 2025/26 até 16 de outubro, o volume processado soma 524,96 milhões de toneladas, uma queda de 2,78% em relação ao ciclo anterior. Ainda assim, a produção de açúcar cresceu 1,3%, atingindo 2,484 milhões de toneladas no período.
Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, há uma redução gradual na proporção de cana destinada à fabricação de açúcar desde setembro — movimento que começou no Centro-Oeste e se estendeu para regiões produtoras de São Paulo e Paraná.
Apesar da leve recuperação nas cotações nesta sexta-feira (31), as perspectivas permanecem baixistas para o mercado global. O aumento da produção no Brasil e as projeções de superávit mundial continuam a gerar cautela entre investidores e traders internacionais.
A Datagro estimou, na última terça-feira, que a produção do Centro-Sul para 2026/27 deverá crescer 3,9%, alcançando um recorde de 44 milhões de toneladas. Já o BMI Group prevê um excedente mundial de 10,5 milhões de toneladas em 2025/26, enquanto a Covrig Analytics calcula um superávit de 4,1 milhões no mesmo período.
Essas projeções indicam um cenário de forte oferta, com impacto direto sobre os preços internacionais — pressionados também pela recuperação de grandes produtores globais, como Índia e Tailândia.
Nas bolsas internacionais, o comportamento dos contratos foi misto entre quinta (30) e sexta-feira (31).
Na ICE Futures, em Nova York, os preços do açúcar bruto recuaram na quinta-feira:
Março/26: 14,28 centavos de dólar por libra-peso (-14 pontos);
Maio/26: 13,98 centavos (-11 pontos).
Já na sexta, houve reação positiva:
Março/26: 14,32 centavos (+0,28%);
Maio/26: 14,01 centavos (+0,21%);
Julho/26: 13,96 centavos (+0,36%).
Na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco fechou a US$ 414,70 por tonelada, alta de 0,17%.
Enquanto o cenário externo apresenta instabilidade, o mercado doméstico registrou movimentos divergentes entre o açúcar e o etanol.
O açúcar cristal teve alta de 1,03%, segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP), com a saca de 50 quilos negociada a R$ 112,92.
Já o etanol hidratado apresentou recuo de 0,36%, conforme o Indicador Diário Paulínia, com o metro cúbico cotado a R$ 2.886,50 nas usinas.
Com a produção crescente e as projeções de excedente global, o mercado deve permanecer sob pressão nos próximos meses.
Analistas ressaltam que o mix de produção das usinas brasileiras — a proporção entre açúcar e etanol — será determinante para o rumo das cotações internacionais até o início da safra 2026/27.
“O comportamento das usinas no próximo trimestre pode definir o equilíbrio entre oferta e demanda global”, avalia Luciano Rodrigues, da UNICA.
Com informações do Portal do Agronegócio.
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