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Internacional Gaza

ONU reconhece fome extrema em Gaza e alerta que palestinos enfrentam situação “catastrófica”

Agências da ONU dizem que crise é provocada pelo homem, cobram ação imediata e acusam Israel de bloquear ajuda; governo israelense nega.

23/08/2025 22h13
Por: F. Silva Fonte: Com informações do Metro1
ONU reconhece fome extrema em Gaza e alerta que palestinos enfrentam situação “catastrófica”

Pela primeira vez, a Organização das Nações Unidas (ONU), reconheceu oficialmente a existência de um cenário de fome extrema na Faixa de Gaza. Segundo comunicado divulgado nesta semana, cerca de 500 mil palestinos — aproximadamente 23% da população do território — estão em situação “catastrófica”, marcada por desnutrição aguda, mortes evitáveis e falta de acesso a alimentos.

O alerta foi emitido em nota conjunta pela FAO (agência de agricultura e alimentação da ONU), Unicef, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Programa Mundial de Alimentos (WFP), com base na nova análise da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC). As entidades reforçam a necessidade de uma resposta humanitária imediata e em larga escala.

“As mortes associadas à fome estão aumentando, a desnutrição aguda se agrava e centenas de milhares de pessoas passam dias sem comer”, informaram as agências.

A ONU afirma que a fome em Gaza é “totalmente provocada pelo homem” e poderia ser revertida. A previsão da IPC indica que, além da Cidade de Gaza, as regiões de Deir el Balah (centro) e Khan Yunis (sul), serão gravemente afetadas até o fim de setembro.

“Fome do século 21”

Tom Fletcher, diretor do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), criticou duramente a situação.

“A comida se acumula nas fronteiras devido à obstrução sistemática de Israel. É uma fome em 2025, uma fome do século 21 vigiada por drones e pela tecnologia militar mais avançada da história. (...) É uma fome promovida abertamente por alguns líderes israelenses como uma arma de guerra”, afirmou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também cobrou uma reação urgente da comunidade internacional:

“Chega de desculpas. A hora de agir não é amanhã — é agora. Precisamos de um cessar-fogo imediato, da libertação imediata de todos os reféns e de acesso humanitário pleno e irrestrito.”

Guterres destacou que a situação resulta do “colapso deliberado dos sistemas necessários para a sobrevivência humana” e lembrou que, como potência ocupante, “Israel tem obrigações claras perante o direito internacional, incluindo o dever de garantir alimentos e suprimentos médicos para a população”.

Resposta de Israel

O governo israelense reagiu às acusações. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou a posição da ONU como “uma mentira descarada” e afirmou:

“Israel não tem uma política de fome, mas de prevenção da fome.”

Já o ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que o país continuará com as operações militares:

“Aprovamos os planos das Forças de Defesa de Israel para derrotar o Hamas em Gaza. Em breve, os portões do inferno se abrirão sobre os terroristas até que aceitem as condições de Israel: a libertação de todos os reféns e o desarmamento do grupo.”

Da Redação do 40 graus.

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