A espera pelo retorno de Juliana Marins ao Brasil tem sido marcada por indignação e sofrimento. A publicitária de 26 anos morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, e, mesmo após a sua morte, a família enfrenta obstáculos para o translado do corpo ao país. Segundo relatos, a companhia aérea Emirates tem sido o principal entrave no processo.
De acordo com Mariana Marins, irmã da vítima, o voo que traria o corpo de Juliana de Bali ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, estava confirmado, com todas as despesas pagas. A decolagem estava prevista para domingo (29), às 19h45. No entanto, a família foi surpreendida com a informação de que o compartimento de bagagem estaria "lotado" e que a Emirates só aceitaria transportar o corpo até São Paulo — sem se responsabilizar pelo traslado até o Rio.
Em publicação nas redes sociais, a família fez um apelo:
“Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana para casa!”
A apreensão aumentou diante da possibilidade de o corpo precisar passar por nova autópsia, já que o embalsamamento tem prazo de validade. “Tá muito difícil”, escreveu Mariana. “Parece proposital. O medo é que, em nova autópsia, descubramos mais coisas?”
A Prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, está colaborando com o translado. Na última quinta-feira (27), o município depositou R$ 55 mil na conta da família para ajudar com os custos da repatriação. O sepultamento será realizado na cidade.
O sofrimento da família se intensificou após a divulgação do laudo da autópsia pela imprensa local, antes mesmo que os familiares fossem oficialmente informados. Mariana relatou ter tido conhecimento do conteúdo por meio de portais de notícias.
“Tudo o que eu sei, vi pela mídia. Em momento algum houve compaixão ou respeito suficiente para nos reunir e informar primeiro. Ficamos sabendo depois, porque o legista quis seus 15 minutos de fama — mais um absurdo no meio de toda essa história”, desabafou Mariana ao jornal O Globo.
O pai de Juliana, Manoel Marins, que está em Bali acompanhando os trâmites, também confirmou que ainda não havia sido chamado para nenhuma reunião oficial. “Agora, depois de todo mundo já ter tomado conhecimento da autópsia pela imprensa, talvez façam uma reunião com a família”, disse Mariana.
O laudo assinado pelo médico legista Ida Bagus Alit indica que Juliana sofreu fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia, morrendo cerca de 20 minutos após o impacto. A estimativa de tempo do óbito varia entre 12 e 24 horas antes das 22h05 — sem especificação da data exata.
Entretanto, a versão oficial entra em conflito com testemunhos e registros em vídeo. Juliana caiu no sábado (21 de junho) e teve o corpo localizado apenas na quarta-feira seguinte. Mariana contesta a informação do laudo:
“Se o legista disser que a morte foi 12 horas após a primeira queda, isso é mentira. Temos relatos de turistas, registros, vídeos… Muita coisa que comprova que a Juliana ficou viva por muito mais tempo. O ferimento fatal pode ter acontecido na última queda, já perto do resgate.”
Turistas que participaram das buscas relataram que Juliana foi vista com vida por pelo menos três horas após a primeira queda. Ela teria pedido socorro e foi localizada com a ajuda de um drone. As imagens foram entregues à família e aos voluntários.
A lentidão no processo de repatriação e a falta de respostas claras por parte das autoridades indonésias e da companhia aérea agravam ainda mais o sofrimento da família, que luta para garantir um sepultamento digno e cobrar justiça pela morte de Juliana.
“Queremos apenas nos despedir com respeito e em paz”, declarou Mariana.
Com informações do BNews.
Mín. 14° Máx. 31°
Mín. 15° Máx. 32°
Tempo limpoMín. 15° Máx. 35°
Tempo limpo