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Política “Overclean”

Polícia Federal aponta que empresa ligada ao “Rei do Lixo” movimentou R$ 861 milhões em transações suspeitas

A Operação Overclean apura desvio de verbas públicas por meio de contratos financiados por emendas parlamentares; total de movimentações atípicas supera R$ 12 bilhões.

16/04/2025 08h49
Por: F. Silva Fonte: Portal Metrópoles/Sigi Vilares
Polícia Federal aponta que empresa ligada ao “Rei do Lixo” movimentou R$ 861 milhões em transações suspeitas

A Polícia Federal (PF), revelou que uma empresa ligada ao empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo na Bahia, movimentou ao menos R$ 861 milhões em transações consideradas suspeitas entre 2014 e 2025. Moura é investigado na Operação Overclean, que mira um grupo suspeito de fraudar contratos milionários custeados com recursos públicos.

Os dados constam na representação da PF que resultou na 3ª fase da Operação Overclean. Segundo os investigadores, o volume transacionado ao longo da década revela a “gravidade do crime” e seu “potencial impacto sobre os cofres públicos”.

De acordo com a PF, as informações foram repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou R$ 12,6 bilhões em movimentações — entre créditos e débitos — em contas de empresas associadas a Moura. Deste montante, R$ 999,9 milhões foram classificados como suspeitos.

Grande parte das operações atípicas foi realizada por meio da empresa MM Consultoria Construções e Serviços LTDA, que sozinha movimentou R$ 861.412.612,79. A PF aponta que José Marcos Moura, como pessoa física, recebeu diretamente R$ 80,2 milhões em recursos considerados de origem ilícita.

Além das transações bancárias, o Coaf também identificou R$ 5,1 milhões em saques em espécie feitos por empresas ligadas ao empresário. Entre 2020 e 2024, pelo menos R$ 20 milhões em negócios imobiliários suspeitos também foram registrados.

Entre as transações atribuídas a Moura, uma movimentação específica chamou a atenção da PF: um repasse de R$ 435 mil para uma pessoa com foro privilegiado. A investigação também incluiu dados sobre Gabriel Mascarenhas Sobral, que aparece em outras transações suspeitas com figuras protegidas por foro.

A PF solicitou a prisão de José Marcos Moura e Alex Parente, apontados como líderes do grupo investigado. Ambos já haviam sido presos na 1ª fase da operação, em 10 de dezembro de 2024, mas foram soltos dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Procurados, a defesa e a assessoria de José Marcos Moura não se manifestaram até o momento da publicação.

Com informações do Metrópoles.

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