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Presidente da Coreia do Sul recua e cancela lei marcial após pressão

Com uma votação unânime de 190 parlamentares, nenhum deles do governo, a oposição derrubou o decreto, conforme permite a Constituição do país.

03/12/2024 19h09
Por: F. Silva Fonte: Bahia
Presidente da Coreia do Sul recua e cancela lei marcial após pressão

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi derrotado na sua tentativa de amordaçar a oposição com um decreto de lei marcial que pegou de surpresa o país asiático nesta terça (3), jogando umas das nações mais prósperas do planeta em uma grave crise.
 

Cerca de duas horas após o surpreendente anúncio em rede de TV e a mobilização do Exército, que suspendeu liberdades civis e invadiu o prédio da Assembleia Nacional, deputados de oposição comandaram uma reação legislativa.

Com uma votação unânime de 190 parlamentares, nenhum deles do governo, a oposição derrubou o decreto, conforme permite a Constituição do país.
 

Passadas mais de três horas horas, Yoon cedeu e suspendeu a medida às 4h30 (16h30 em Brasília). Ele disse que o Comando da Lei Marcial recuou e que irá se reunir com seu gabinete para oficializar a decisão.

Os militares já haviam deixado Parlamento, onde haviam protagonizado embates com assessores munidos de extintores de incêndio no fim da noite de terça e invadido salas e quebrando janelas.
 

Uma multidão estimada em milhares de pessoas enfrentou as temperaturas em de 0º Celsius para protestar contra Yoon e pedir a prisão do presidente. A pressão veio de dentro e de fora: tanto o seu partido quanto os Estados Unidos, principal aliado de Seul, pediram que ele acatasse a lei.
 

A crise teve um desfecho expresso, mas fica incerto o futuro da relação de Yoon, com a oposição e a sociedade. A Confederação dos Sindicatos da Coreia, mais poderosa entidade de trabalhadores do país, convocou uma greve geral para pedir a renúncia do presidente.

Mesmo seus aliados buscaram se distanciar das ações do líder. Logo após a decretação da lei marcial, o presidente de seu partido, Han Dong-hoon, disse não concordar com a medida. Depois da votação no Parlamento, o líder da sigla na Casa, Choo Kyung-ho, disse que desconhecia o plano de Yoon e que só não votou a moção porque foi impedido de entrar no plenário por soldados.
 

O presidente alegou em seu pronunciamento que a oposição estava travando o funcionamento do país, devido à seu bloqueio da peça orçamentária do ano que vem e dos pedidos de impeachment de procuradores nomeados pelo governo.

Além disso, de forma mais fantasiosa, disse que os oposicionistas estavam trabalhando em favor da Coreia do Norte, com quem Seul vive um estado de guerra congelado desde o armistício que encerrou três anos de combates e dividiu a península coreana em 1953.
 

"Eu declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas da Coreia do Norte, para erradicar as desprezíveis forças antiestatais pró-Coreia do Norte que estão pilhando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional", disse Yoon.
 

O decreto de lei marcial, previsto na lei coreana em caso de guerra, sublevação interna ou catástrofe natural, passou poderes executivos às Forças Armadas sob Yoon.
 

O general Park An-su, chefe do Estado-Maior do Exército, assumiu o Comando de Lei Marcial e divulgou regras draconianas: proibição de atividade legislativa, banimento de liberdades civis, supressão da liberdade de imprensa, prisão sem mandato de transgressores.
 

Tal medida não era evocada no país asiático desde o golpe de Estado de 1979, um dos vários de sua história, e durante repressão a protestos no ano seguinte. As cores de intervenção militar ficaram mais fortes com a movimentação de blindados e helicópteros em torno do Congresso, e com a invasão das tropas.

Fonte: Bahia Notícias.

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