Não é fácil ser ACM Neto em 2025. O rapaz — herdeiro do império carlista, ex-príncipe de Salvador, ex-futuro governador e atual comentarista político involuntário — vive dias de angústia. Quem vê, até pensa que o governo é dele, de tanto que reclama! Jerônimo Rodrigues mal respira e lá vem Neto com um tweet, um vídeo indignado ou um “alerta” para o povo da Bahia, como se tivesse acabado de sair de um reality show político onde o prêmio era a saudade do poder.
Neto, que já foi aclamado como “o futuro da Bahia” por colunistas e aliados (alguns hoje bem aliados... de Jerônimo), parece ter entrado num hiato político tão profundo que nem com Wi-Fi ele se conecta ao presente. Desde que perdeu a eleição, vive uma espécie de crise existencial digna de novela das nove — só que sem o Ibope.
Agora, resolveu adotar a tática do "dobrar a aposta", ou como dizem nos bastidores, o modo "tiro no pé com mira profissional". Ataca Jerônimo como se ainda tivesse tropas — quando, na verdade, os ex-soldados já desfilaram alegremente para o lado do governador, com direito a banda marcial e selfie.
Veja o caso de Júnior Marabá, prefeito de Luís Eduardo Magalhães e estrela do oeste baiano. Neto apostava nele como um de seus generais. Mas Júnior olhou para o tabuleiro político, viu a maré, o vento e a força gravitacional, e decidiu embarcar na nave de Jerônimo. E ele não foi o único — prefeitos e lideranças por toda a Bahia estão trocando o grito de “vem com Neto!” pelo afago carinhoso de “Jero é parceiro!”.
O resultado? Hoje, ACM Neto parece mais um fantasma político vagando pelos corredores do DEM falecido, tentando assustar quem ainda lembra dele com saudade dos tempos de glória e do elevador funcionando na Prefeitura de Salvador.
A verdade é que o incômodo de Neto com Jerônimo não é apenas político — é quase espiritual. Porque ver um governador do PT, simples, do interior, ex-secretário de Educação, crescer politicamente enquanto o "príncipe da elite" coleciona abandonos, deve ser duro. Dá até para ouvir ao fundo uma música triste do Los Hermanos: "Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração..."
Se continuar nesse ritmo, em 2026 a candidatura de Neto vai precisar mais de reza que de palanque. Ou talvez ele encontre um novo nicho: comentarista fixo de podcasts de oposição, com direito a camiseta preta, microfone na mão e desabafo sobre o "fim da política como conhecíamos".
Enquanto isso, Jerônimo vai tocando o barco, sorrindo com seu jeito baianamente tranquilo, ganhando prefeitos, aliados e — o mais grave para Neto — simpatia popular. E Neto, bom... Neto continua incomodado. O problema é que, em política, quem late demais, às vezes esquece de morder.
Por F. Silva/Barreiras 40 Graus.
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