Secretário de Educação de Barueri é exonerado após falas capacitistas em reunião interna

O então secretário de Educação de Barueri, Celso Furlan, foi exonerado do cargo após a divulgação de áudios em que faz declarações consideradas capacitistas sobre estudantes com deficiência, especialmente autistas e cadeirantes. As falas vieram à tona nesta semana e geraram forte repercussão nas redes sociais e entre entidades ligadas aos direitos das pessoas com deficiência.

Fala polêmica

Na gravação, Furlan afirma:

“Um garoto com problema de autismo significa 20 alunos a mais. Esse é um caso sério a se pensar. Não que eu queira descartar, mas temos a Casa dos Autistas, na Secretaria dos Deficientes. As mães não estão preocupadas com isso, querem se livrar do filho, e nós cuidamos deles. Não é certo.”

Em outro trecho, ele comenta:

“Tem casos de deficientes cadeirantes que não mexem nenhum membro do corpo. Nada. Tudinho torto. Não têm condição de aprender nada.”

As frases foram amplamente criticadas por especialistas em educação inclusiva, representantes da sociedade civil e familiares de pessoas com deficiência.

Reação da Prefeitura

Em nota oficial, a Prefeitura de Barueri lamentou o conteúdo dos áudios e informou a exoneração imediata de Celso Furlan do cargo de secretário de Educação. O comunicado ressaltou o compromisso da administração com políticas públicas inclusivas:

“A administração municipal de Barueri lamenta o ocorrido e informa que mantém uma política séria, ética e inclusiva voltada aos cuidados da pessoa com deficiência, seus familiares e cuidadores em nossa cidade.”

A gestão também destacou os anos de atuação de Furlan à frente da pasta e os avanços conquistados na área da educação:

“Faz-se necessário reconhecer o trabalho que foi realizado durante anos por Celso Furlan à frente da pasta da Educação, o que levou o ensino de Barueri a ser premiado e a atingir um nível de excelência reconhecido em todo o país.”

Defesa de Furlan

Após a repercussão, Celso Furlan divulgou nota em que afirma que o áudio foi tirado de contexto. Segundo ele, as declarações ocorreram durante uma reunião de trabalho que tratava da criação de ambientes escolares mais adequados e estruturados para alunos com deficiência.

“Se trata de um recorte. O assunto foi tema de uma reunião de trabalho, onde se discutia a criação de ambientes escolares com mais oportunidades de aprendizado e infraestrutura para alunos com deficiência”, explicou.

Furlan também declarou que não teve intenção de ofender:

“Meu objetivo não foi desrespeitar ou causar qualquer tipo de constrangimento. Repito: se trata de um recorte fora de contexto. Reconheço a importância de uma comunicação clara e respeitosa.”

Com inf. do Meio Norte.