Brasília – Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o advogado-geral da União, Jorge Messias, reagiu com firmeza às acusações de corrupção no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), destacando que o esquema criminoso teve origem ainda no governo anterior, sob Jair Bolsonaro. Segundo ele, a precariedade do órgão foi determinante para a ocorrência das fraudes.
“Todos sabem a situação lamentável que encontramos no INSS”, afirmou Messias, ao explicar as dificuldades enfrentadas pelo atual governo para desarticular o esquema, que resultou em prejuízos bilionários a aposentados e pensionistas.
Messias também criticou, sem citar nomes diretamente, um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), aliado do ex-presidente Bolsonaro, que viralizou nas redes sociais com acusações contra o governo Lula. Na gravação, o parlamentar afirma que o caso representa “o maior escândalo de corrupção do país” e atribui a responsabilidade integral ao atual governo. O vídeo, postado na terça-feira (6), já ultrapassou 127 milhões de visualizações no Instagram, aumentando a pressão sobre o Planalto.
Segundo o chefe da AGU, a publicação tem o objetivo de “lacrar” e espalhar medo entre a população. “O deputado deveria perguntar ao governo que ele apoia por que colocou a Dataprev à venda e desmontou a empresa pública”, afirmou Messias. Ele sustentou que a Dataprev foi sucateada intencionalmente para facilitar sua privatização, o que comprometeu a segurança dos dados da Previdência Social.
Messias também rebateu informações apresentadas por Nikolas Ferreira no vídeo. O deputado afirmou que R$ 90 bilhões teriam sido desviados, mas o valor citado, segundo o governo, corresponde ao total de empréstimos consignados liberados em 2023, e não ao montante fraudado. As investigações apontam que o prejuízo real gira em torno de R$ 6 bilhões.
As apurações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelam que a prática criminosa começou em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, e se estendeu até 2024. Segundo os órgãos, houve negligência institucional na detecção e interrupção das fraudes ao longo de todo esse período.
Jorge Messias cobrou explicações de aliados do ex-presidente Bolsonaro sobre a falta de ações diante de denúncias e suspeitas de irregularidades durante sua gestão. Ele também criticou a flexibilização de regras no Congresso Nacional, que teria permitido a continuidade dos descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Diante da repercussão do vídeo e do aumento da desinformação nas redes sociais, o Palácio do Planalto orientou ministros e parlamentares aliados a rebaterem publicamente as acusações. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou em suas redes sociais que o combate à fraude só começou efetivamente na gestão Lula. “Diferentemente do governo anterior, foi a atual administração que acionou a Polícia Federal e a CGU para enfrentar o esquema e buscar o ressarcimento aos prejudicados”, escreveu a ministra.
Com informações do G1.
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