O Ministério Público Federal (MPF), instaurou um inquérito para investigar os possíveis impactos ambientais provocados pela construção da Ponte Salvador-Itaparica. No documento assinado pela procuradora Vanessa Gomes Previtera, e ao qual o CORREIO teve acesso, o MPF solicita providências para os riscos relacionados à saúde e bem-estar da população, além da preservação da fauna e da flora na região.
Segundo o órgão, o objetivo é “apurar, acompanhar e mitigar supostos danos ambientais ocasionados pela construção”. Além das potenciais consequências para o meio ambiente e a paisagem geográfica, o projeto também pode gerar impactos sociais e econômicos para as comunidades próximas à obra.
A reportagem procurou o consórcio responsável pela construção da ponte. Por meio de sua assessoria, o consórcio informou que irá se posicionar assim que possível. O espaço permanece aberto para manifestação.
A etapa de sondagem da Ponte Salvador-Itaparica foi concluída no dia 4 de abril, após aproximadamente 12 meses de avaliações na Baía de Todos-os-Santos.
De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), o próximo passo será a finalização do projeto de fundações e a mobilização dos canteiros de obras pela concessionária.
O projeto, realizado por meio de uma parceria público-privada (PPP), possui atualmente um investimento inicial estimado em R$ 10,4 bilhões. No contrato original, o valor previsto era de R$ 6,3 bilhões, mas foi reajustado para R$ 7,6 bilhões em 2019.
Inicialmente, o aporte público seria de R$ 1,5 bilhão, porém, após consenso entre as partes, foi atualizado para R$ 5,07 bilhões. Todos esses valores ainda podem sofrer alterações até a assinatura final do contrato.
Idealizada desde 1967, a proposta da ponte só foi elaborada em 1997 e concebida em 2009, durante o governo de Jaques Wagner (PT). A licitação, no entanto, só ocorreu dez anos depois, em 2019, com a assinatura do contrato no governo Rui Costa (PT), em 2020.
Quando concluída, a Ponte Salvador-Itaparica terá 12,4 quilômetros de extensão sobre a lâmina d’água, tornando-se a maior da América Latina.
A expectativa é que a obra impacte 250 municípios e cerca de 10 milhões de baianos. Com a nova ligação, a distância entre Salvador e a Ilha de Itaparica será reduzida em aproximadamente 250 quilômetros, encurtando em mais de 40% o tempo de viagem.
Apesar da importância do monitoramento ambiental, a abertura do inquérito pelo MPF chama atenção pelo seu timing. A construção da Ponte Salvador-Itaparica é um projeto discutido há décadas e licitado há anos, mas só agora o órgão decide instaurar uma investigação formal.
Para críticos, a medida reflete a morosidade e a burocracia do sistema público brasileiro, que frequentemente atua de forma tardia, quando etapas fundamentais dos empreendimentos já estão em andamento. - Até parece proposital....
Com informações do Correio.
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