Na última terça-feira, 22 de abril, a sessão ordinária da Câmara Municipal de Barreiras foi palco de uma denúncia grave que, apesar de ter passado despercebida por alguns, reverberou com força entre os atentos ao cenário político local. O vereador Adriano Stein, com mais de duas décadas de experiência na Polícia Militar, subiu à tribuna decidido a “lavar o peito” - o edil trouxe à tona uma acusação que exige atenção imediata: a suposta utilização de recursos da Secretaria Municipal de Ação Social para fins eleitoreiros.
Segundo o vereador, ele recebeu uma denúncia indicando que servidor da referida secretaria estaria fazendo "politicagem" em nome de algum vereador, utilizando-se de recursos públicos federais destinados à assistência social.
Adriano afirmou ter solicitado oficialmente informações à secretaria, demonstrando não apenas indignação, mas também disposição de conduzir uma investigação mais profunda sobre o caso.
“Isso é um absurdo!”, exclamou Stein, visivelmente irritado, acrescentando que, entre as muitas situações inusitadas que vivenciou na política, essa seria “a pior” de todas. Para ele, o uso político de benefícios sociais não é apenas antiético — é criminoso.
A fala de Stein não passou em branco entre os colegas. A vereadora e vice-presidente da Casa, Carmélia da Mata, prontamente se solidarizou com o parlamentar e declarou publicamente seu apoio à investigação. “O senhor pode contar comigo para ajudar a apurar os fatos, pois isso vem acontecendo desde o período eleitoral. Se aproveitam da fragilidade do povo para fazer política com aquilo que lhes é de direito - é cesta básica, botijão..." disse ela, em um raro gesto de união diante de um problema que transcende bandeiras partidárias.
A denúncia, ainda não confirmada oficialmente, embora divulgada na Cãmara, levanta sérias questões sobre a gestão dos programas sociais em Barreiras. O uso de benefícios públicos como moeda de troca eleitoral é uma prática reprovável que compromete a credibilidade das instituições, desvirtua a função social do Estado e prejudica justamente quem mais precisa.
Agora, resta saber qual será a resposta da Secretaria de Ação Social diante da solicitação do vereador. O caso precisa ser tratado com total transparência. Se confirmada a denúncia, é fundamental que haja responsabilização dos envolvidos — seja servidor, seja parlamentar. O povo de Barreiras não pode mais aceitar que seus direitos sejam negociados em nome de interesses eleitoreiros.
Enquanto isso, cabe à sociedade civil, ao Ministério Público e aos demais vereadores manterem-se atentos. A política de Barreiras não pode ser feita às custas da dignidade de sua população mais vulnerável.
O vereador foi além em sua fala e deixou claro que não pretende recuar diante da gravidade do caso. Adriano Stein afirmou que, caso não obtenha as informações solicitadas por meio do ofício encaminhado à Secretaria de Ação Social, recorrerá ao Ministério Público para garantir que os fatos sejam devidamente apurados.
A fala firme de Stein ecoa como um alerta: a população de Barreiras exige respostas, e não há mais espaço para conivência com práticas que ferem a ética e a legalidade na gestão pública.
Por Navalhada.
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