Às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais no Equador, marcado para o próximo domingo (13), a candidata de oposição e representante da esquerda, Luisa Gonzáles, aparece à frente do atual presidente Daniel Noboa em uma nova pesquisa divulgada pelo instituto argentino Trespuntozero.
O levantamento, realizado entre os dias 4 e 7 de abril com 1.200 entrevistados, aponta que Gonzáles, ex-deputada e aliada do ex-presidente Rafael Correa, tem 51,9% das intenções de voto contra 46,7% de Noboa, uma diferença de aproximadamente seis pontos percentuais.
No entanto, considerando a margem de erro de 2,8 pontos, o cenário é de empate técnico. Os eleitores indecisos e aqueles que declararam voto nulo ou branco somam apenas 1,4%.
A pesquisa também avaliou o índice de rejeição dos dois candidatos. Gonzáles tem rejeição de 43,6%, enquanto 51% afirmaram que nunca votariam em Noboa, herdeiro de uma das maiores corporações exportadoras de bananas do país e representante da direita equatoriana.
Quando questionados sobre quem acreditam que vencerá a disputa, 50,6% apostam em uma vitória de Gonzáles, enquanto 47% acreditam na reeleição de Noboa. Outros 2,4% não souberam responder. A consolidação do voto também chama atenção: 95,8% dos eleitores afirmam estar decididos sobre em quem votar, restando apenas 4,2% de indecisos.
Embora Luisa Gonzáles lidere em todas as pesquisas divulgadas pelo Trespuntozero em 2025, os números reforçam o cenário de equilíbrio na disputa.
O primeiro turno, realizado em 9 de fevereiro, já havia evidenciado essa tendência. Na ocasião, Noboa superou a adversária por uma diferença mínima de 0,2 ponto percentual. Ele obteve 44,17% dos votos (4.527.255 eleitores), contra 43,97% (4.507.508 votos) de Gonzáles.
A vitória apertada contrastou com a maior parte das projeções feitas ao longo da campanha, que apontavam para uma vitória de Noboa ainda no primeiro turno.
O processo eleitoral ocorre em um ambiente de forte instabilidade política e social no Equador. Nos últimos quatro anos, o país tem enfrentado uma escalada de violência ligada ao narcotráfico, rebeliões em presídios, apagões, recessão econômica e protestos sociais.
A situação se agravou a partir de maio de 2023, quando o ex-presidente Guillermo Lasso dissolveu o Parlamento para evitar um processo de impeachment, convocando eleições antecipadas.
A campanha eleitoral também foi marcada por tragédias, como o assassinato do jornalista, ex-deputado e candidato à presidência Fernando Villavicencio, morto a tiros em agosto de 2023 ao sair de um comício em Quito. Investigações apontam que a ordem para o crime partiu de Carlos Edwin Angulo Lara, conhecido como El Invisible, um dos chefes do narcotráfico no país.
Daniel Noboa, filho do magnata Álvaro Noboa — que tentou sem sucesso governar o país em cinco eleições —, venceu Gonzáles no segundo turno de 2023 por 52% a 48% dos votos válidos. Aos 35 anos, tornou-se o presidente mais jovem da história do Equador, assumindo um mandato-tampão de 18 meses. Agora, enfrenta um novo desafio para se manter no cargo diante de uma oposição fortalecida e um eleitorado profundamente polarizado.
O segundo turno deste domingo promete ser mais um capítulo decisivo na disputa entre direita e esquerda no país sul-americano.
Com informações do Metro1.
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