As blitzes, um tradicional instrumento de vigilância e fiscalização no trânsito e combate a irregularidades, ganharam uma forte crítica na sessão legislativa realizada nessa terça-feira, 7 de outubro. A vereadora Carmélia da Mata utilizou parte de seu tempo de fala para questionar não apenas a frequência dessas operações, mas também os seus efeitos sobre populações vulneráveis e a possível instrumentalização política de sua execução.
Em sua explanação, Carmélia reconheceu que as blitzes desempenham uma função essencial na fiscalização, impondo medidas que podem prevenir acidentes graves — por exemplo, a exigência do uso de capacete. Contudo, a pergunta sensível é: há excesso de blitzes? Para muitos, a sensação é de que a frequência elevada intimida os cidadãos comuns, intensificando um clima de insegurança.
Segundo a parlamentar, o foco parece recair mais sobre a punibilidade do que sobre a educação no trânsito — e, em muitos casos, o real interesse seria o financeiro. Um leitor do blog Barreiras 40 Graus comentou com a redação: "se um veículo é apreendido, torna-se quase impossível a sua recuperação, diante dos custos elevados'.
Carmélia apontou que trabalhadores da zona rural são os mais atingidos pelas blitzes. Nesses casos, o transporte costuma ser indispensável para manutenção da renda, e uma apreensão pode significar uma perda quase irreversível. Mais grave ainda, ela advertiu para o risco de um clientelismo vicioso: cidadãos, ao recorrer a políticos para reaver seus veículos, ficariam em dívida com aqueles poderosos que intermediariam o desbloqueio — fortalecendo relações de dever e obrigação - clientelismo.
A vereadora endureceu o seu discurso ao afirmar que as blitzes podem ser usadas como “arma política”, transformando a estrutura pública em ferramenta de poder.
Fato é que se as blitzs são promovidas em nome da segurança pública, devem ser reguladas por critérios técnicos e sensíveis à realidade social — e jamais aplicadas de maneira generalizada e impessoal.
Em uma mensagem enviada por um internauta ao 40 Gruas o leitor opinou: "blitzes que punem sem levar em conta contextos sociais ferem o princípio de justiça cidadã, distanciando-se do ideal de policiamento legitimado e participativo.
Por Navalhada/Barreiras 40 Graus.
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