As irregularidades na gestão de Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, vão muito além do suposto envolvimento amoroso com um líder de facção. Investigações apontam que, durante a sua administração, detentos tiveram acesso a uma série de regalias ilegais, como refeições sofisticadas, uso de equipamentos sonoros, visitas íntimas nos pavilhões e até um velório particular dentro da unidade prisional.
De acordo com denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), apresentada à Justiça em março deste ano, Joneuma teria facilitado a fuga de 16 presos em dezembro de 2024. Ela foi presa em janeiro de 2025, suspeita de participar do plano de fuga junto com o ex-coordenador de segurança Wellington Oliveira Sousa e Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como "Dadá", apontado como líder de uma facção criminosa e foragido da Justiça.
Segundo apuração da TV Bahia, que teve acesso ao conteúdo da denúncia, detentos relataram que algumas das regalias incluíam moquecas de camarão, lasanhas e chesters servidos como refeições especiais. Também foi registrada uma celebração do Dia da Consciência Negra dentro do presídio, com distribuição de acarajés e realização de uma roda de capoeira.
Um dos episódios mais inusitados apontados na investigação foi a autorização para que um preso realizasse o velório da avó dentro da unidade prisional, em uma cerimônia privada.
Além disso, presos tinham acesso irrestrito a freezers, com a permissão de Dadá, que mantinha um relacionamento amoroso com a diretora, segundo a acusação. Os apenados também utilizavam equipamentos de som e caixas de som, contrariando as normas do sistema prisional.
A operação que culminou na fuga dos 16 detentos teria sido planejada por Joneuma, Dadá e Wellington Oliveira. O objetivo principal era garantir a liberdade do líder da facção. Após a fuga, apenas um dos detentos foi localizado, mas acabou morrendo em confronto com a polícia. Os demais seguem foragidos.
Refeições especiais (moquecas de camarão, lasanhas, chesters);
Acesso irrestrito a freezers, com autorização de Dadá;
Uso de equipamentos de som e caixas de som;
Visitas íntimas realizadas dentro dos pavilhões;
Realização de velório particular para um preso;
Celebração do Dia da Consciência Negra, com distribuição de acarajés e roda de capoeira.
O caso segue sob investigação, e o MP-BA continua colhendo depoimentos para aprofundar as responsabilidades de todos os envolvidos.
Da redação do 40 Graus.
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