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Doméstica é resgatada após 22 anos sem salário em situação precária em Manaus

Ela vivia nessas condições desde os 12 anos sob a justificativa de que “fazia parte da família” que a explorava, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

07/06/2025 20h39
Por: F. Silva Fonte: Com informações do Portal Meio Norte
Doméstica é resgatada após 22 anos sem salário em situação precária em Manaus

Uma mulher de 34 anos foi resgatada de uma situação análoga à escravidão no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus (AM), após viver por mais de duas décadas em condições degradantes. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a vítima estava sob exploração desde os 12 anos de idade, quando foi levada com a promessa de uma vida melhor e oportunidades de estudo.

A justificativa apresentada pelos exploradores era de que a jovem "fazia parte da família", o que mascarava a realidade de abuso. Conforme relato do procurador Luciano Aragão, coordenador Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, a adolescente foi aliciada com falsas promessas de educação e cuidados. No entanto, desde que chegou ao local, passou a trabalhar cuidando de uma idosa e realizando inúmeras tarefas domésticas, sem receber salário fixo.

Durante os 22 anos em que permaneceu na casa, a mulher prestou serviços a vários membros da família em troca apenas de comida, moradia precária e pagamentos esporádicos com valores irrisórios. Ela nunca teve a carteira de trabalho assinada, não frequentou a escola e viveu em condições indignas.

Entre as situações encontradas pelas autoridades estavam:

  • Quarto sem guarda-roupas, sem ar-condicionado e sem higiene mínima;

  • Trabalho exaustivo e sem qualquer remuneração regular;

  • Falta de acesso à educação formal;

  • Andava descalça e, em determinado período, não dispunha nem de itens básicos de higiene, como shampoo.

O ciclo de abusos foi interrompido com o resgate realizado pelo MTE. A vítima recebeu atendimento psicossocial da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e foi reintegrada à sua família biológica. Além disso, ela terá direito à indenização pelos danos sofridos ao longo de mais de duas décadas de exploração.

O caso acende um alerta sobre a persistência do trabalho escravo doméstico no Brasil, especialmente quando disfarçado de relações de afeto e pertencimento familiar. As autoridades seguem investigando os responsáveis, que poderão responder judicialmente pelos crimes cometidos.

Com informações do Portal Meio Norte.

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