O advogado Victor Henrique da Silva Ferreira Gomes foi condenado, na noite desta quinta-feira (8), a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio qualificado, apropriação indébita majorada e ocultação de cadáver. A decisão foi tomada por júri popular no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza (CE), com veredicto unânime.
A vítima, o guarda municipal José Gonçalves Fonseca, foi assassinado com veneno em março de 2017. Segundo as investigações, o crime teve motivação financeira. José havia contratado Victor para representá-lo na compra de um imóvel avaliado em R$ 365 mil, parte de um inventário judicial. O guarda já havia pago R$ 100 mil e transferiu os R$ 265 mil restantes diretamente para a conta do advogado, que ficou responsável por concluir a transação.
No entanto, em vez de concluir o negócio, Victor passou a utilizar o dinheiro indevidamente. Pressionado pela devolução da quantia, ele atraiu a vítima para um encontro sob o pretexto de resolver a situação.
José Gonçalves desapareceu no dia 6 de março de 2017. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado em uma área de matagal no bairro Dunas, coberto por folhas secas. A causa da morte foi insuficiência respiratória causada pela ingestão de “chumbinho”, veneno comumente usado para matar ratos.
Victor Henrique foi preso preventivamente ainda em 2017, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade a partir de 2020. O julgamento foi marcado e adiado diversas vezes desde 2023, sendo finalmente iniciado na última quarta-feira (7) e concluído na quinta-feira (8).
O réu não compareceu ao julgamento. Após a sentença, a Justiça expediu um mandado de prisão para cumprimento imediato da pena. Apesar de caber recurso, Victor deverá aguardar o desfecho do processo preso.
A advogada Jéssica Rodrigues, assistente de acusação que atuou ao lado da também advogada Sarah Suzye, classificou a decisão como histórica:
“Foi um marco após oito anos e seis adiamentos. A justiça foi feita. Cada etapa do processo exigiu reviver a brutalidade de um crime que deixou marcas profundas na família da vítima”, declarou.
O caso também revelou fragilidades nas relações de confiança entre clientes e advogados. Victor era casado com uma sobrinha da vítima, o que facilitou o acesso ao dinheiro e à confiança de José Gonçalves.
Com a condenação, o processo entra agora na fase de recursos, mas a Justiça determinou o cumprimento imediato da pena.
Com informações do Jornal Pequeno.
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