O ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, cumpre pena em prisão domiciliar em um dos endereços mais luxuosos de Maceió (AL). A decisão foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o esgotamento de todos os recursos possíveis da defesa.
A residência, que funciona como sua cela particular, é uma cobertura duplex avaliada em R$ 9 milhões, localizada na orla da capital alagoana.
O imóvel de alto padrão ocupa os dois últimos andares de um edifício de frente para o mar e conta com piscina privativa, quatro suítes e dependência de empregada.
Mesmo após ter sido penhorado judicialmente em novembro de 2024 para garantir o pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 264 mil, Collor continua vivendo no local — agora, sob pena determinada pela mais alta corte do país.
A condenação de Collor, ligada à Operação Lava Jato, refere-se ao recebimento de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Com isso, Collor tornou-se o primeiro ex-presidente da República condenado criminalmente pelo STF.
Apesar da gravidade dos crimes, o ex-presidente conseguiu, por meio da defesa, converter a pena em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde como doença de Parkinson, apneia do sono grave, transtorno afetivo bipolar e idade avançada (75 anos).
A decisão gerou críticas pela percepção de privilégios incomuns a réus comuns. Com uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e restrição de contato com outros réus, Collor permanece recluso, mas em condições muito distantes da realidade de grande parte da população carcerária brasileira.
O imóvel onde cumpre pena já foi palco de reuniões políticas e eventos de prestígio, reflexo do passado de poder e influência que Collor ainda preserva em parte dos círculos sociais e políticos de Alagoas. Mesmo diante da condenação definitiva, sua defesa nega qualquer envolvimento em irregularidades, sustentando a tese de perseguição e fragilidade das provas.
A situação escancara o abismo entre a teoria da justiça igual para todos e a prática seletiva de privilégios, em um país onde o encarceramento de pessoas pobres é regra, e o de figuras da elite, uma exceção com vista para o mar.
Com informações do Metro1.
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