Por que Jacaré não disputou o cinturão do UFC? Demian aponta dois fatores

Com uma carreira vitoriosa no Jiu-Jitsu e no MMA, Ronaldo Jacaré foi campeão do extinto evento Strikeforce e, em 2013, foi contratado pelo UFC, onde teve um início bastante promissor e chegou a emplacar uma sequência de cinco vitórias consecutivas. Os fãs de MMA, principalmente os brasileiros, passaram a pedir constantemente para que o faixa-preta disputasse o cinturão peso-médio da organização, o que não aconteceu.

Embalado pelas cinco vitórias, Ronaldo Jacaré teve pela frente o atleta Yoel Romero no UFC 194, em 2015, e acabou sendo derrotado pelo cubano em uma polêmica decisão dividida. Na sequência, o brasileiro ainda chegou a vencer Vitor Belfort e Tim Boetsch, ambos no primeiro round, mas ainda assim, não recebeu a sonhada chance de lutar pelo cinturão no Ultimate, o que revoltou os fãs na época.

Com a experiência de ter lutado pelo UFC por mais de 14 anos e ter disputado em duas oportunidades o cinturão, em duas divisões de peso diferentes, Demian Maia conversou com o podcast “3 Irmãos” e listou as razões que podem ter influenciado o Ultimate a não colocar Ronaldo Jacaré para disputar o título na organização.

“Eu me comunicava bem com o público do mundo inteiro, mas talvez se tivesse mais empatia ali, de repente se eu fosse norte-americano, eu teria disputado o cinturão muito mais vezes, como eu já vi outros norte-americanos disputarem o cinturão umas cinco/seis vezes. Porque o principal mercado consumidor de pay-per-view é os Estados Unidos, então tem dois fatores”, disse Demian Maia, que seguiu:

“O atlético, onde o Jacaré tinha totais condições (de disputar o cinturão e ser campeão), mas talvez a empresa não visse ele como um bom vendedor, entendeu? Talvez, eu estou ‘chutando’. Tem outro fator, que é o humano. Existe uma direção na empresa. É óbvio que, como ser humano, você gosta mais de uma pessoa do que de outra, e você pode falar que é o dinheiro, mas não é.

Você vê numa empresa grande. Às vezes você tem um cara que é executivo, que está numa posição que teria outro melhor, mas o presidente gosta daquela pessoa. Questão de afinidade. Às vezes você tem dois ótimos lutadores, ou talvez um que seja um pouco pior que o outro, mas aí acham que um ‘vende’ mais. Tem a questão da afinidade. No fim, o fator humano também conta”, finalizou.

Atualmente com 44 anos, Ronaldo Jacaré contabilizou 26 vitórias, 10 derrotas e uma luta sem resultado em sua carreira no MMA. O brasileiro fez sua última luta no UFC em 2021, quando foi derrotado pelo compatriota André Sergipano no UFC 262. Já em 2023, Jacaré se aventurou no Boxe pelo evento Gamebred Boxing 4, onde acabou sendo superado por Vitor Belfort na decisão unânime dos jurados.

Fonte: Tatame Notícias.