Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estimou quanto os países ricos devem ao planeta por terem ultrapassado o limite sustentável de emissões nas últimas décadas.
Segundo a pesquisa, o impacto desse excesso recai principalmente sobre nações em desenvolvimento, como o Brasil.
O levantamento utiliza o conceito de “custo social do carbono”, estimado em US$ 417 por tonelada de CO₂, para calcular os danos causados pelas emissões além do permitido.
Com base no orçamento global de carbono desde 1990, o Ipea conclui que países desenvolvidos acumulam cerca de US$ 90,4 trilhões em dívida climática.
Entre os principais devedores estão Estados Unidos, Japão, Canadá, Austrália e os países da União Europeia. A China, embora seja a maior emissora atual, não entra na lista porque suas emissões per capita ficaram abaixo da cota histórica.
O Brasil também ultrapassou seu limite, sobretudo devido ao desmatamento, acumulando uma dívida estimada em US$ 8,7 trilhões.
O estudo afirma, porém, que o país pode compensar esse valor com ações de remoção de carbono, como reflorestamento e recuperação de biomas.
Mesmo assim, o Brasil é classificado como potencial beneficiário de recursos internacionais, por enfrentar eventos climáticos extremos e abrigar a maior floresta tropical do mundo. As propostas globais sugerem arrecadar mais de US$ 500 bilhões por ano para projetos de mitigação e adaptação.
O Ipea ressalta, porém, que as grandes emissoras não demonstram disposição para assumir esse custo, o que dificulta avanços em financiamento climático para países de baixa e média renda.
Fonte: Portal Metro1.