Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF), poderá determinar, já na próxima semana, a sua transferência para o presídio da Papuda, em Brasília. A medida seria adotada após a Corte rejeitar os embargos de declaração apresentados pela defesa.
Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, mas pessoas próximas avaliam que parte dos ministros do STF vê a ida ao presídio como um “símbolo” do julgamento da tentativa de golpe de Estado.
Sob reserva, um integrante da família do ex-presidente afirmou que o movimento seria uma tentativa de “humilhar” e “desgastar” o ex-mandatário politicamente.
Mesmo com a possível transferência, o entorno de Bolsonaro acredita que ele permanecerá apenas algumas semanas na Papuda. A expectativa é de que o Supremo restabeleça a prisão domiciliar, em razão das condições de saúde do ex-presidente.
Bolsonaro enfrenta sequelas da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018 e, neste ano, foi diagnosticado com câncer de pele.
Questionado na última sexta-feira (31/10), sobre a possibilidade de envio do ex-presidente à Papuda, o STF não divulgou posição oficial.
Fontes próximas à Corte revelam que o tema tem sido debatido entre os ministros. Um magistrado influente, que mantém interlocução com Alexandre de Moraes, defende a manutenção do regime domiciliar.
“Se nós concedemos a Fernando Collor, não há por que não concedermos a Jair Bolsonaro”, argumentou o ministro, ressaltando as necessidades médicas de ambos.
Já Alexandre de Moraes tem sustentado a ideia de que o ex-presidente seja levado à Papuda, mas com tratamento diferenciado. Segundo interlocutores, ele defende uma cela especial, com paredes brancas, televisão e ar-condicionado.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado e outros quatro crimes. Ele cumpre atualmente prisão domiciliar em razão de ter descumprido medidas cautelares em outra investigação — a que apura coação no curso do processo.
(Com informações do portal Metrópoles).