A Polícia Federal descobriu um esquema nacional de fabricação e fornecimento clandestino de fuzis para o Comando Vermelho (CV), após a Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
As investigações revelaram fábricas ilegais em São Paulo e Minas Gerais, com capacidade industrial de produção em larga escala.
A unidade de Santa Bárbara d’Oeste (SP), registrada como empresa de peças aeronáuticas, possuía uma estrutura profissional avaliada em milhões de reais e era capaz de fabricar até 3.500 fuzis por ano.
De acordo com a PF, o piloto de avião Gabriel Carvalho Belchior, atualmente foragido e procurado pela Interpol, era o dono da fábrica paulista e enviava fuzis desmontados dos Estados Unidos escondidos em caixas de mercadorias comuns.
As armas eram recebidas no Brasil e distribuídas para o Rio de Janeiro, a Bahia e o Ceará. A Receita Federal interceptou uma dessas remessas em agosto deste ano, o que levou à identificação do esquema internacional de tráfico de armas.
O transporte interno dos fuzis era feito por Rafael Xavier do Nascimento, preso em São Paulo após ser flagrado com 13 armas na Via Dutra, e a revenda no Rio era comandada por Silas Diniz Carvalho, detido em 2023 com 47 fuzis em um apartamento na Barra da Tijuca.
Segundo a PF, a fábrica mineira operada por Silas já havia fornecido cerca de mil fuzis às facções. O delegado Samuel Escobar descreveu o local como uma falsa fábrica de móveis que escondia uma sofisticada linha de montagem ilegal.
Com informações do Bahia Notícias.