A possível indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem provocado divisões entre parlamentares da bancada evangélica, segundo informou a CNN Brasil nesta sexta-feira (10).
Membro da Igreja Batista e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Messias é apontado como o nome mais cotado para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
Caso seja confirmado, ele será o segundo ministro evangélico da Corte, após André Mendonça, indicado em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alguns parlamentares avaliam que a escolha pode representar um gesto de aproximação entre o governo e o eleitorado evangélico. Outros, porém, veem a possível indicação com desconfiança e afirmam que Messias seria um “evangélico de esquerda”, distante das pautas do grupo.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), minimizou o alcance político da escolha. “Evangélicos de esquerda não são 5% dos evangélicos”, afirmou.
Na mesma linha, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que Messias “não está sendo indicado por ser evangélico, mas por ser um jurista de esquerda e homem de confiança de Lula”.
Por outro lado, integrantes da bancada defendem que a nomeação poderia melhorar o diálogo com o segmento religioso. O deputado Eli Borges (PL-TO) avaliou que “melhor um Jorge Messias do que um perfil Flávio Dino”.
O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) também sinalizou apoio. Para ele, o nome é “estratégico para Lula sinalizar à comunidade evangélica”.
Entre os entusiastas, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) classificou a possível escolha como uma “tacada política de mestre”, por quebrar a narrativa de que o governo seria contrário aos evangélicos.
Da Redação do 40 Graus.