Nesta quinta-feira (9), o chefe do Hamas na Faixa de Gaza, Khalil Al-Hayya, declarou o fim da guerra e o início de um cessar-fogo permanente, segundo informações da agência de notícias Reuters.
O anúncio, feito por um dos principais líderes exilados do grupo, veio acompanhado de uma alegação ousada: segundo Al-Hayya, o Hamas teria recebido garantias formais dos Estados Unidos, de mediadores árabes e da Turquia de que o conflito terminou “definitivamente”.
Mas, em meio às ruínas de Gaza, o eco das explosões ainda fala mais alto que as palavras. Nenhum governo ocidental confirmou oficialmente qualquer acordo permanente, e Israel mantém silêncio absoluto, o que lança uma sombra de dúvida sobre a declaração.
Há quem veja o anúncio como uma manobra política — um gesto de quem busca ganhar tempo, reconstruir forças ou, simplesmente, disputar a narrativa. Afinal, cessar-fogo em Gaza já foi promessa repetida, muitas vezes quebrada.
A comunidade internacional, cansada de comunicados que não resistem à primeira rajada de tiros, reage com prudência e descrença. Nos bastidores diplomáticos, a palavra “definitivo” soa mais como esperança do que como fato.
Enquanto isso, em meio aos escombros e à dor, o povo palestino — que há meses sobrevive entre bombardeios, bloqueios e luto — talvez seja o único a quem não é permitido duvidar: eles precisam acreditar que o inferno, enfim, chegou ao fim. Mesmo que o mundo ainda não acredite.
Da Redação do 40 Graus.