Quarta, 14 de Maio de 2025 20:35
77981182798
25°

Tempo nublado

Barreiras, BA

Geral Lula-China

“Graças a Deus temos a China”, diz Lula em entrevista a revista americana

O Presidente brasileiro critica postura do Ocidente frente ao crescimento chinês e defende o diálogo como alternativa às tensões geopolíticas globais.

09/05/2025 04h34
Por: F. Silva Fonte: Portal Meio Norte
“Graças a Deus temos a China”, diz Lula em entrevista a revista americana

Brasília/Moscou – Em entrevista à revista americana The New Yorker, publicada nesta quinta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou a crescente tensão entre China e Estados Unidos e afirmou que não aceitará uma “nova Guerra Fria” entre as duas potências. Para ele, o avanço tecnológico da China representa uma oportunidade, e não uma ameaça, ao equilíbrio global.

“Precisamos dizer: graças a Deus temos a China que, do ponto de vista tecnológico, é muito avançada e pode competir no mundo tecnológico da IA (Inteligência Artificial), dando-nos uma alternativa para este debate”, declarou Lula.

Hostilidade contra a China

Lula atribuiu a postura hostil das potências ocidentais à ascensão econômica e tecnológica chinesa. Segundo o presidente, o incômodo decorre do fato de a China ter se tornado altamente competitiva em setores antes dominados por Estados Unidos e Europa.

“A China começou a produzir tudo o que era produzido nos Estados Unidos e na Europa. Não se podia comprar uma única calça, sapato ou camisa que não tivesse a inscrição ‘Made in China’. Eles copiaram tudo com muita habilidade e aprenderam a produzir tão bem quanto, ou até melhor. Agora que os chineses se tornaram competitivos, tornaram-se inimigos do mundo”, afirmou, em tom crítico.

Referência ao passado e apelo ao diálogo

O presidente também mencionou a contradição de líderes ocidentais que antes defenderam o livre comércio e hoje adotam posturas protecionistas. Ele citou Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA, e Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra britânica, como defensores da globalização nos anos 1980.

Reforçando sua posição pacifista, Lula afirmou que a igualdade tecnológica e militar entre as nações deve estimular o diálogo, e não a confrontação. “Não aceitamos a ideia de uma segunda Guerra Fria. Aceitamos a ideia de que, quanto mais semelhantes os países forem — tecnológica e militarmente — mais eles precisarão dialogar entre si, porque não tenho certeza se o planeta aguentará uma Terceira Guerra Mundial”, alertou.

Encontro com Putin em Moscou

As declarações foram feitas enquanto Lula cumpre agenda internacional em Moscou, onde se reuniu nesta quinta-feira (8) com o presidente russo, Vladimir Putin. Lula também participou do desfile militar que celebra os 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Com informações do Meio Norte.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.