O cocho é uma ferramenta essencial no manejo nutricional de rebanhos, fundamental para garantir o fornecimento adequado de suplementos alimentares e manter a qualidade da nutrição animal. Com a chegada das chuvas, torna-se ainda mais crucial tomar cuidados especiais para proteger a ração e o sal da umidade, assegurando que os animais tenham acesso constante e adequado ao alimento.
Bruno Marson, zootecnista e diretor técnico industrial da Connan, destaca que a localização do cocho desempenha papel decisivo no sucesso da propriedade. Ele explica que o cocho deve ser posicionado próximo à fonte de água, o que favorece o consumo regular dos animais, facilitando o alcance das metas produtivas da fazenda.
“O cocho está diretamente relacionado a aspectos importantes da produção, como a taxa de fertilidade, o consumo de pastagem e o peso na desmama, impactando diretamente na lucratividade do negócio. Caso não esteja bem localizado, estruturado ou dimensionado, o cocho prejudicará o resultado financeiro da propriedade”, afirma Marson.
A altura e a estrutura do cocho devem ser planejadas de acordo com a categoria de animal que será suplementada. Para bezerros, a altura do cocho deve ser de aproximadamente 50 centímetros do nível do solo até a borda superior, enquanto para a recria, deve variar entre 60 e 70 centímetros, e para a engorda, cerca de 1 metro.
Além disso, a localização do cocho deve respeitar uma distância mínima de 15 metros das cercas, a fim de respeitar a zona de fuga do animal, que é a área de cerca de dois metros em torno do corpo, proporcionando maior conforto aos animais.
Marson também enfatiza que a instalação do cocho elevado do solo ajuda a garantir a qualidade do suplemento, pois reduz o risco de contaminação por fezes, urina ou outros fatores externos. “Um cocho bem localizado impacta diretamente na lucratividade, pois oferece condições ideais para os animais, preservando a qualidade do alimento consumido”, complementa o zootecnista.
O dimensionamento do cocho deve considerar o tipo de suplemento utilizado na alimentação do rebanho. Para suplementos minerais, é recomendado um espaço de 4 a 6 centímetros por cabeça. No caso de suplementos proteicos, que apresentam consumo médio de 1 grama por quilo de peso vivo, a área necessária varia entre 10 e 15 centímetros por cabeça. Para suplementos de maior consumo, entre 3 gramas por quilo de peso vivo, a área deve ser de 20 a 30 centímetros por cabeça. Já para rações ou suplementos de consumo irrestrito, a recomendação é de 50 a 70 centímetros por cabeça.
Marson alerta que é fundamental respeitar essas dimensões, pois estão relacionadas ao comportamento social dos animais. O animal dominante tende a consumir primeiro, o que pode impactar o tempo de permanência no cocho e a quantidade de suplemento disponível para os outros. Caso o suplemento tenha maior potencial de consumo, a área precisa ser maior para garantir o acesso de todos os animais do lote.
“O cálculo da área linear do comedouro também deve considerar o uso por animais de ambos os lados, e, caso o produtor utilize diferentes categorias de suplemento, é necessário dimensionar o cocho com base no suplemento de maior consumo”, conclui Marson.
Ao seguir esses princípios de manejo, o produtor pode otimizar a nutrição de seu rebanho, aumentar a produtividade e, consequentemente, melhorar a rentabilidade de sua propriedade.
Fonte: Portal do Agronegócio.
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