O agronegócio brasileiro apresentou crescimento na comercialização de produtos, mas o aumento de custos, especialmente no setor de transporte, resultou em uma queda no PIB do setor em 2023. A conclusão faz parte do estudo "Agronegócio em Números", realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e sua spin-off Empresômetro, apresentado no Segundo Fórum Agro, que reuniu empresários e especialistas para debater o atual momento do setor.
O estudo revela que, apesar de um pequeno crescimento no PIB do agronegócio de 2022 para 2023 — subindo de R$ 2,57 trilhões para R$ 2,58 trilhões — a participação do setor no PIB total caiu de 26,02% para 23,8%. Em termos de faturamento, a comercialização de produtos do agronegócio cresceu 2,2%, passando de R$ 7,40 trilhões para R$ 7,56 trilhões. A movimentação de cargas também aumentou, com um crescimento de 6,2% no número de Conhecimentos de Transporte Eletrônico (CTEs), mas os custos com transporte cresceram 16,16% no mesmo período, o que impactou negativamente o PIB do setor.
De acordo com Gilberto do Amaral, presidente do IBPT, o aumento dos custos de transporte afetou o desempenho econômico do setor, apesar do crescimento nas movimentações comerciais e na arrecadação tributária.
O agronegócio continuou a demonstrar sua relevância para a arrecadação tributária nacional, com um aumento de 1,08 ponto percentual em sua participação. Em 2023, o setor contribuiu com R$ 897,46 bilhões, representando 24,73% da arrecadação total. O estudo também identificou um aumento significativo no número de empresas do setor, com um crescimento de 10,17%, totalizando 3,35 milhões de pessoas jurídicas ativas.
O destaque foi o crescimento de 13,8% no número de Microempreendedores Individuais (MEIs) no agronegócio, o que reflete uma crescente formalização no setor. Carlos Pinto, diretor do IBPT, destacou a importância dessa formalização, que proporciona maior segurança jurídica, acesso a crédito e benefícios previdenciários para pequenos produtores e prestadores de serviços.
A pesquisa também mapeou a distribuição das empresas do agronegócio no Brasil. São Paulo lidera com 1,33 milhão de empresas, seguido por Minas Gerais (307 mil) e Rio de Janeiro (205 mil). Estados da região Norte, como Roraima e Acre, apresentam números significativamente menores. O estudo também revelou os principais segmentos de produtos, com destaque para soja, insumos, máquinas e equipamentos, e carnes, que se mantiveram como os mais movimentados em 2023.
Carlos Pinto explicou que a atual situação do setor é complexa, variando entre diferentes regiões e culturas. Enquanto alguns enfrentam desafios financeiros devido à desorganização e endividamento, outros estão em uma fase mais favorável. A capacidade de adaptação dos produtores será crucial para superar as dificuldades impostas por fatores econômicos e climáticos.
Gilberto do Amaral enfatizou que, embora haja uma expectativa de queda no agronegócio em 2024, especialmente nos segmentos de soja e milho, outros setores, como a proteína animal e outras culturas, devem apresentar crescimento. Para 2025, o mercado deverá passar por um período de adaptações, o que contribuirá para um crescimento sustentável nos anos seguintes.
Fonte: Portal do Agronegócio.
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