Inspirada na resistência da Calliandra spp., arbusto comum no Cerrado que floresce mesmo nas condições mais adversas, a startup Kalliandra nasceu em 2017, em Luís Eduardo Magalhães (BA), criada por dois amigos com o objetivo de oferecer soluções de sensoriamento e automação para os desafios do agronegócio brasileiro. Com um sistema autônomo de monitoramento, a Kalliandra oferece uma alternativa de alto desempenho para o gerenciamento agrícola sem a dependência de redes elétricas ou internet.
A tecnologia se baseia em uma rede MESH própria, permitindo que os sensores funcionem tanto como repetidores quanto como monitores, cobrindo toda a propriedade em tempo real, com precisão e confiabilidade. O portfólio da startup inclui uma plataforma de monitoramento e uma série de sensores especializados, sendo o pluviômetro digital – instrumento que mede e coleta dados sobre chuvas – responsável por cerca de 70% das operações no campo.
Além do pluviômetro, a Kalliandra oferece uma gama de dispositivos, como estação meteorológica, monitor de pivô central e sensores de nível de solo e de poços artesianos. Segundo Gabriel Xavier Ferreira, CEO e cofundador da startup, a empresa inicialmente focou na irrigação, mas logo ampliou sua atuação para atender à crescente demanda de agricultores de sequeiro. Os equipamentos são disponibilizados por meio de comodato, com a manutenção garantida pela equipe da Kalliandra, garantindo eficiência e continuidade no monitoramento.
A Kalliandra já monitora mais de 250 mil hectares no Brasil, com 700 equipamentos instalados em estados como Maranhão, Piauí, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso, e planeja ampliar esse número para 1.200 até o final do ano. A startup se destaca por oferecer soluções de baixo custo inicial e que garantem atualizações e manutenção sem taxas adicionais, resultando em um crescimento médio de 70% ao ano com capital próprio.
A história da Kalliandra começou na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde Ferreira, então estudante de agronomia, e seu futuro sócio Waldir Denver Muniz Meireles Filho, estudante de ciência da computação, desenvolveram uma amizade e discutiram ideias tecnológicas voltadas ao agronegócio. Após anos trabalhando em áreas diferentes, a ideia de criar uma startup voltada à agricultura ressurge quando Ferreira convida Meireles Filho a se juntar ao projeto.
Os primeiros anos foram dedicados ao desenvolvimento da tecnologia e prospecção de clientes. Em 2020, a startup passou a integrar a Cyklo Agritech, uma aceleradora focada no agronegócio, o que foi decisivo para aprimorar o modelo de negócio e expandir a atuação no mercado. Sob orientação dos mentores da aceleradora, a Kalliandra aprimorou suas soluções e, após fechar contrato com uma importante fazenda da região, alcançou o crescimento necessário para se consolidar no setor.
Para Ferreira, a experiência com a aceleradora foi fundamental: "Tivemos ali toda a base para desenvolver nosso plano de negócios, da estrutura interna até o relacionamento com clientes. A Cyklo nos ajudou a apresentar melhor nossas soluções e estabelecer preços competitivos. Foi uma escola que marcou nossa trajetória", concluiu o CEO da Kalliandra.
Fonte: Portal do Agronegócio.
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