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Brasil vislumbra expansão na liderança global de exportações de grãos e carnes

Projeções indicam crescimento significativo nas exportações agrícolas brasileiras, com destaque para soja, milho e carnes.

08/08/2024 11h06
Por: F. Silva Fonte: Portal do Agronegócio
Brasil vislumbra expansão na liderança global de exportações de grãos e carnes

O agronegócio brasileiro tem mostrado um potencial extraordinário para ampliar sua presença nas exportações globais de grãos e carnes. De acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil poderá ser responsável por 66% da soja, 33% do milho e 30% do algodão comercializados internacionalmente até o ciclo 2033/2034. Em relação às exportações de carnes, o país tem a possibilidade de alcançar 41% do mercado global de frango, 19% de carne suína e 29% de carne bovina nesse mesmo período. Essas previsões foram destacadas por Marcos Fava, chanceler Harven, durante o 13º Congresso Andav, promovido pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), realizado até esta quinta-feira (8) no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), sublinhou que o Brasil está na vanguarda mundial, não apenas devido a seus vastos recursos naturais, mas também pela biocompetitividade de sua produção. "A alta produtividade aliada a baixas emissões são marcas do agro brasileiro. Nossa agricultura tropical possui uma capacidade fotossintética três vezes superior à agricultura temperada, e o uso intensivo dos solos melhora ainda mais nossa competitividade", afirmou.

Carvalho também alertou sobre o crescimento de políticas protecionistas, enfatizando a necessidade de uma cooperação internacional mais efetiva e a revitalização do multilateralismo. "A cooperação é fundamental para formar alianças com atores globais relevantes que possam colaborar conosco no enfrentamento do unilateralismo", destacou, mencionando as recentes reuniões entre Brasil e Estados Unidos para tratar dessa questão.

No painel “Produção, Mercado e Exportação: a Liderança do Brasil na Segurança Alimentar”, Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), destacou que o agronegócio brasileiro precisa focar no acesso a novos mercados e na consolidação da marca do Brasil como um produtor sustentável. Mori ressaltou que o crescimento da demanda mundial por alimentos estará concentrado em países do Sudeste Asiático e da África Subsaariana, reforçando a necessidade de estratégias específicas para exportação a essas regiões. "Não podemos ignorar blocos compradores tradicionais como a União Europeia e a China, que continuarão a demandar nossos produtos", afirmou. Ela também destacou o papel dos distribuidores em informar os produtores sobre os mercados promissores.

A diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Claudia Trevisan, destacou que, apesar de um crescimento econômico mais lento, a China permanecerá como um mercado vital para o agronegócio brasileiro. Ela também mencionou a Índia como um mercado emergente, com uma população projetada para atingir 1,670 bilhão de pessoas até 2050.

Tendência de alta nas commodities com expectativa de redução dos juros nos EUA

Durante o evento, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, previu uma tendência de alta nos preços das commodities, incluindo as agrícolas, com a esperada redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, prevista para setembro. Segundo Vale, os Estados Unidos enfrentam um cenário fiscal desafiador, com perspectivas de recessão independentemente do resultado das eleições presidenciais de novembro. Ele explicou que, historicamente, a queda nos juros nos EUA tende a valorizar as commodities, enquanto o aumento das taxas tem o efeito oposto. No entanto, Vale acredita que essa redução será temporária, com projeções indicando um novo aumento nas taxas em escala global no futuro próximo.

Iniciativas educacionais pioneiras no agronegócio

A educação das novas gerações foi outro tema de destaque no Congresso Andav, considerado estratégico tanto para o país quanto para o agronegócio, que corre o risco de perder competitividade em um cenário global cada vez mais complexo. Letícia Jacintho, presidente da associação De Olho no Material Escolar, ressaltou as dificuldades estruturais enfrentadas pelo Brasil em sala de aula e criticou a falta de avanços significativos na proposta atual do Plano Nacional de Educação (PNE), que está em tramitação no Congresso. Segundo ela, temas como alfabetização, formação de professores, segurança, ensino técnico e governança precisam ser mais bem abordados.

Mônika Bergamaschi, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG/RP), destacou o Programa Educacional Agronegócio na Escola, que desde 2001 tem capacitado professores e levado o conhecimento do setor agropecuário para a educação básica. O programa já envolveu quase 290 mil alunos, 909 escolas, 232 municípios e 22 estados. "A educação é um trabalho contínuo, e há 24 anos a ABAG/RP se dedica a essa iniciativa, que a cada ano enfrenta novos desafios", afirmou Mônika, que foi homenageada com o “Prêmio Andav de Reconhecimento: categoria Educação” pela contribuição inovadora do programa.

Perspectivas climáticas para o agronegócio brasileiro

O painel “Mudanças Climáticas, Perspectivas para o Futuro e os Impactos Sobre a Agroeconomia Brasileira” abordou as previsões climáticas para a safra 24/25, que será influenciada pelo fenômeno La Niña de fraca intensidade e curta duração, começando em setembro e outubro. De acordo com o agro meteorologista Marco Antônio dos Santos, sócio-diretor da Rural Clima, o atual período de neutralidade climática não deve gerar problemas significativos para o Sul do Brasil. No entanto, o período seco, que se estenderá até o início de setembro, poderá dificultar o início do plantio, atrasando a regularização das chuvas.

MP 247: auxílio a produtores rurais do Rio Grande do Sul

Por fim, foi destacada a Medida Provisória 247, publicada pelo governo federal, que visa a apoiar financeiramente os produtores rurais do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes de maio. O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), criticou o alcance limitado da MP, que se restringe a descontos de parcelas, sem incluir a renegociação de financiamentos e dívidas. A medida abrange produtores que contrataram crédito rural com recursos controlados e têm parcelas com vencimento entre 1º de maio e 31 de dezembro de 2024, desde que a contratação tenha sido feita até 15 de abril deste ano e os recursos tenham sido liberados antes de 1º de maio de 2024.

Portal do Agronegócio.

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