Rafaela Silva chegou a uma disputa de medalha olímpica novamente nesta segunda-feira (29). Oito anos depois do ouro na Rio 2016, a carioca enfrentou a japonesa Haruka Funakubo na disputa pelo bronze dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Em uma luta equilibrada, com mais de cinco minutos de golden score e duas punições para cada lado, a arbitragem interpretou que a brasileira usou a cabeça para defender um golpe, colocando a própria integridade em risco e acabou eliminado-a.
“É uma regra para proteger os atletas porque quando apoia a cabeça tem risco de lesionar a cervical ou coisa assim. Eu não consegui ver ainda o lance, mas é a regra e a gente tem que aprender a lidar. Não foi ao meu favor hoje”, disse Rafaela.
A campeã olímpica na Rio 2016, como cabeça-de-chave, saiu de bye (folga) na primeira rodada e estreou somente nas oitavas de final em Paris 2024 na categoria até 57kg. Com certa tranquilidade, venceu Maysa Pardayeva, do Turcomenistão. Dominando a luta, a carioca conseguiu uma chave de braço, obrigando a adversária a desistir do combate com menos de dois minutos de combate.
Na luta seguinte, enfrentou Eteri Liparteliani, da Geórgia. Sem ser ameaçada, Rafaela conseguiu usar melhor a pegada no judogi da adversária para aplicar com um uchi-mata (técnica em que se projeta o oponente usando uma das pernas e o quadril), que pontuou com um primeiro waza-ari. A atleta georgiana tentou, então, uma estratégia de se aproximar da brasileira para usar a luta agarrada, especialidade dos judocas da Geórgia. Mas não obteve êxito porque, numa posição dividida, chamada de “abraço”, a campeã olímpica levou a melhor sobre Lipertaliani, conseguindo um segundo waza-ari e encerrando a luta com a vaga nas semifinais.
Contra Mimi Huh, uma adversária que impõe dificuldade a Rafaela pela velocidade, a brasileira não conseguiu encontrar seu melhor Judô. Foi punida no tempo normal e depois no golden score por falta de combatividade. Com 2m19s de prorrogação, a sul-coreana conseguiu uma imobilização para pontuar com waza-ari e encerrar a luta.
Por fim, Rafaela foi para a repescagem contra a Haruka Funakubo. Aos 5m06s do golden score, a japonesa tentou um golpe e a carioca se defendeu. O árbitro pediu a análise dos juízes de mesa, onde acabou eliminando a representante do Brasil da luta de maneira direta por, na interpretação dos juízes, colocar a própria integridade física em risco ao apoiar a cabeça no solo para evitar o golpe.
Daniel Cargnin, medalhista olímpico em Tóquio 2020 na categoria meio-leve (66kg), fez a estreia contra um dos poucos adversários que não havia vencido neste ciclo, Akil Gjakova, do Kosovo. O adversário, mais alto e com uma envergadura maior, usou uma estratégia de tirar a pegada de Cargnin para aplicar suas técnicas de solo e desequilibrar o brasileiro. Foi assim que ganhou a primeira punição, mas que também conseguiu a primeira projeção contra o gaúcho.
Em uma posição dividida, os árbitros chegaram a dar pontuação para Cargnin, mas depois reanalisaram o lance e acabaram dando a pontuação para o kosovar, que ficou com a vaga na fase seguinte. O lutador do Sogipa não terá medalha individual em Paris 2024.
O Judô brasileiro já conquistou duas medalhas em Paris 2024, prata com William Lima (66kg) e bronze com Larissa Pimenta (52kg), onde chegou a 26 pódios olímpicos na história. Nesta terça-feira (30) é a vez dos judocas do meio-médio Guilherme Schimidt, quarto colocado do ranking mundial, e Ketleyn Quadros, primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha em esportes individuais, o bronze em Pequim 2008, entrarem em ação nas Olimipíadas.
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