O Brasil, principal exportador mundial de açúcar, está caminhando para registrar sua segunda maior safra consecutiva, impulsionado por condições climáticas favoráveis e expansão da área de cultivo de cana-de-açúcar, revelam análises feitas durante a Semana do Açúcar em Nova York.
A expectativa é de que as exportações crescentes do Brasil nos próximos meses contribuam para amenizar as preocupações com o abastecimento global, após anos consecutivos de déficits que impulsionaram os preços do açúcar. Essa perspectiva traz alívio especialmente para grandes importadores na Ásia e no Oriente Médio, que ainda enfrentam escassez de estoques.
Marcelo de Andrade, diretor de commodities agrícolas da Cofco International, destaca a surpresa quanto à capacidade de exportação do Brasil, sublinhando que muitas previsões anteriores foram equivocadas.
Durante as discussões da Semana do Açúcar em Nova York, as empresas Alvean Sugar, Louis Dreyfus e Marex Group apresentaram estimativas que apontam para um aumento na produção de açúcar no Brasil em relação ao previsto anteriormente. A região Centro-Sul, a maior área de cultivo de cana do país, deverá alcançar entre 41 milhões e 42,5 milhões de toneladas, aproximando-se do recorde histórico.
A ampliação dos plantios de cana-de-açúcar no Brasil, estimada entre 3% e 4% neste ano, também contribui para a projeção otimista. Este aumento se deve, em parte, à preservação de mais canaviais no ano anterior, explica Ricardo Carvalho, diretor comercial da BP Bunge Bioenergia.
Essa mudança de cenário contrasta com o período anterior, quando engarrafamentos nos portos brasileiros resultaram em preços históricos do açúcar. No entanto, a situação se estabilizou desde então, com os preços futuros caindo cerca de 30%, impulsionados por boas condições climáticas e uma colheita promissora.
Carlos Murilo Barros de Mello, chefe do setor de açúcar para as Américas na Hedgepoint Global Markets, enfatiza o retorno do Brasil ao cenário global de açúcar, representando um importante contraponto à dependência excessiva do mercado mundial de um único país.
Apesar do alívio proporcionado pelo aumento da safra brasileira, a maior dependência do mercado em relação ao Brasil gera preocupações, especialmente considerando que a Índia, segundo maior produtor, não deve retomar suas exportações significativas por mais um ano.
Segundo Kiran Wadhwana, diretor da corretora Comdex India, a Índia só deve recuperar sua posição de destaque no mercado de açúcar na safra que se inicia na segunda metade de 2025, o que aumenta a dependência mundial em relação ao Brasil e representa um risco considerável.
Fonte: Portal do Agronegócio.
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